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Incontinência urinária na mulher

Por Rodrigo Teixeira Zaiden – ginecologista, obstetra e uroginecologista CRM/GO: 7592


Enviado em 13 Mar 2018 - 16:15


Incontinência Urinaria (IU) é definida como sendo a perda involuntária de urina, podendo ser por esforço (IUE), por urgência ou mista (esforço e urgência). Sua incidência gira em torno de 40% nas mulheres após os 50 anos, com prevalência média entre 25% a 45%, aumentando sua severidade com a idade. Dentre os fatores de risco destacam-se o Índice de Massa Corpórea (IMC), números de gestações, tipo de parto, realização de histerectomia, terapia hormonal dentre outros.

Em uma revisão da literatura os autores encontraram uma relação importante e crescente entre o IMC e a IUE. A partir do IMC de 30 a possibilidade da mulher apresentar IUE dobra. Quando falamos de gestações e tipo de parto, temos uma relação positiva entre o maior numero de partos com a IUE.

O parto vaginal também aparece como fator de risco para o surgimento da IUE. A histerectomia aumenta a possibilidade em quase duas vezes de aparecimento da IUE quando a via abdominal é utilizada. A via vaginal aumenta esse risco em 6 vezes quando a indicação foi o prolapso uterino.

O diagnóstico requer um adequado conhecimento da anatomia pélvica e dos fatores que interagem no mecanismo da micção. Anamnese identificando os fatores de risco associado a um exame físico minucioso, pode, na maioria dos casos, permitir o correto diagnóstico da IUE.

Alguns exames complementares são de valiosa ajuda para o melhor esclarecimento dos sintomas. Dentre eles destacamos o estudo urodinâmico. Ele permite uma avaliação funcional da bexiga e a reprodução da perda aos esforços, quando essa não for identificada durante o exame físico.

O tratamento indicado é habitualmente cirúrgico, porém a fisioterapia pélvica auxilia em casos leves. Entre as opções de tratamento cirúrgico destacamos os Sling de alça sintética. O sling pode ser feito pela via transobturatório e pela via retropúbica. O sling transobturatório, quando comparado ao retropúbico, apresenta taxas de curas semelhantes, girando em torno de 90% após 10 anos de seguimento. Vale destacar que em mulheres com pressão de perda consideradas baixas (menores que 30mmhg) a via retropúbica se mostra mais eficaz.